Apesar de ainda ser um tabu em muitas empresas, a saúde mental se tornou o foco da preocupação de muitas corporações após quase dois anos de pandemia e períodos de isolamento total, pois as consequências psicológicas resultantes da disseminação do novo Coronavírus afetaram diretamente a saúde mental dos trabalhadores brasileiros.

Segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), cerca de 70% da população empregada no Brasil se diz mais nervosa, preocupada ou tensa durante o último ano e meio. Desses, 51% relataram ter muito estresse enquanto 49% se sentem mais tristes e 55% constataram que estão com a ansiedade acentuada. No entanto, um dos dados que mais impressiona, é que 62% dos entrevistados pelo estudo declararam que não sentem apoio algum referente à saúde mental na empresa em que trabalham. O estudo ainda revelou que somente 16% dos ouvidos buscaram ajuda psicológica profissional.

Vários fatores contribuíram com o aumento desses índices durante a pandemia, inclusive uma nova “pandemia de burnout” (que é também conhecido como “Síndrome do Esgotamento Profissional”), segundo o diretor executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Carlos Pereira, que busca a normalização da discussão sobre saúde mental nas empresas, uma vez que podem ter uma relação direta com a situação e podem tomar medidas para amenizá-las.

Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostra que a saúde mental do trabalhador está relacionada diretamente com seu desempenho e produtividade na empresa. Segundo a instituição, a depressão reduz o desempenho cognitivo do colaborador em 35% das vezes, enquanto interfere em 20% das tentativas de concluir uma tarefa física.

Portanto, programas internos que promovam a saúde mental dos colaboradores da empresa são muito importantes. Precisam estimular um ambiente de trabalho saudável, proporcionar a conscientização sobre como a saúde mental afeta o trabalho e a vida pessoal também, a identificar sintomas de depressão, ansiedade e burnout em geral, incentivar ações que contribuem com a prevenção de doenças mentais, treinar gestores para identificarem os sinais de esgotamento de suas equipes, e outras atitudes mais que colaborem com a saúde mental do quadro de colaboradores em geral.