A hemofilia é o mais habitual distúrbio hemorrágico que leva a sangramentos, mas isso não significa que os hemofílicos, como são chamados os indivíduos que possuem a doença genético-hereditária, sangram mais que outras pessoas. Pessoas com hemofilia sangram por mais tempo, pois essa doença rara é causada por uma deficiência de elementos da coagulação sanguínea, ou seja, a doença impede a coagulação e o sangue não é estancado.

Na maior parte dos casos, acontece por uma mutação genética em parte do cromossomo X, passada das mães para os filhos do sexo masculino. Em outros casos, pode estar presente em uma sequência familiar, se manifestando em determinas gerações e parentes.

Além disso, existem vários tipos de hemofilia e classificações de gravidade, que pode ser considerada como leve, moderada ou grave. Consequência de uma deficiência ou disfunção de proteínas, o tipo A (fator da coagulação VIII) e o tipo B (fator da coagulação IX), são os seus tipos mais comuns. Os fatores de coagulação são caracterizados por 13 tipos diferentes e têm seus nomes identificados por algarismos romanos.

Em todo o mundo, a hemofilia:

  • Acomete cerca de 400 mil pessoas;
  • 70% delas têm histórico familiar e 30% dos casos ocorrem de forma isolada;
  • Segundo uma pesquisa canadense da Universidade McMaster, a cada 100 mil recém-nascidos do sexo-masculino, 29 terão hemofilia A e B;
  • O estudo identificou que os hemofílicos somariam 1,2 milhão de pessoas, um número três vezes maior do que o conhecido.

Características da doença, na perspectiva do Brasil:

  • Há 13 mil pacientes cadastrados no sistema do Ministério da Saúde (MS);
  • Os brasileiros são a quarta maior população de pessoas hemofílicas;
  • Possui tratamento de fácil acesso, feito pelo SUS;
  • O MS fornece gratuitamente o medicamento para a doença.

Seu principal sintoma é o sangramento persistente ou um sangramento que acontece de repente, sem causa aparente. Pode ocorrer após um procedimento médico ou odontológico; nas articulações (no tornozelo, joelho ou cotovelo e no ombro, pulso ou quadril); ou nos músculos (com dor forte, aumento de temperatura, inchaço e dificuldade de movimento). Quando é leve ou moderada, os sintomas podem não se manifestar; apesar disso, no caso moderado, há maior propensão a hematomas.

Em casos de sinais clínicos, procure um médico para diagnosticar a doença, com base em um exame de sangue que mede a dosagem de nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea. Testes de triagem são capazes de medir o tempo em que o sangramento cessa (Tempo Parcial de Tromboplastina Ativada). Se não houver um histórico familiar conhecido, o profissional fará uma solicitação de exames laboratoriais, um levantamento do seu histórico de saúde e exame físico.

Os quadros graves já não são frequentes graças ao controle e cuidado de grávidas que possuem histórico familiar de hemofilia. Com o devido acompanhamento médico contínuo, o grupo de pessoas hemofílicas tem uma vida normal e redução de sangramentos, repondo o fator anti-hemofílico em um tratamento que evoluiu muito ao longo dos anos. Além disso, os hemofílicos podem ter uma melhor qualidade de vida graças a educação sobre a condição, terapia e fisioterapia.